quarta-feira, 28 de setembro de 2011

4)-RENCARNAÇÃO - OLVIDO NÃO ABSOLUTO.


Lucio Giunio Bruto

Giancarlo Dardi














Inúmeras almas, quando interessadas na continuidade dos empreendimentos que largaram ao encerrar o estagio na matéria, sentem-se irresistivelmente atraídas para a reencarnação afim de prosseguir na tarefa assumida. É o caso de homens e mulheres que retornam voluntariamente á esfera física afim de dar continuidade as mais variadas missões.
O progresso delas, no entanto, seja na esfera espiritual como material, é comparável á transposição de uma alta montanha pois lhes cabe sofrer naturalmente as dificuldades e as fadigas da marcha, além dos embaraços e armadilhas, miragem e espinheiros que elas mesmas cunham. E não se diga que todos os infortúnios da nova marcha são dívidas do passado, porque com a irreflexão e prudência, preguiça e trabalho e o bem e o mal sempre possíveis, podem melhorar ou agravar a respectiva situação, pois há que se reconhecer que no dia-a-dia, no exercício da própria vontade, novos ensejos podem ser constituídos remanejando o destino.
Diante disso, paternidade e maternidade, raça e Pátria, lar e sistema consangüíneo são conjugados para que não faltem ao reencarnante as ferramentas necessárias ao êxito no empreendimento que reinicia. Deste modo, mantém-se senhor das experiências adquiridas que lhe despontam do ser em forma de tendências e impulsos. Recebe então o espírito um novo corpo físico (cujo semblante e características refletem o corpo espiritual), em olvido temporário, mas não absoluto, das experiências pregressas. É assim que, ao longo do seu novo estágio na matéria, vez ou outra, diante de trechos de história ou imagens de seus protagonistas, revivem emocionalmente os bons ou maus episódios que na época, vestindo outro corpo físico enfrentaram. 
Por isso, ratificado por meus mentores, tenho consciência que já fui padre, e como tal, secretário do Papa Gregório VII cujo pontificado decorreu entre 22 de abril de 1073 e 12 de maio de 1085 e muito antes disso, na Roma antiga, Lucio Giunio Bruto.

 

Em 510 a. C., cassado o ultimo rei de Roma Tarquínio o Soberbo pela revolta liderada pelo nobre Colatino, porque, dizia-se, a esposa deste havia sido ultrajado por Sesto, o filho do monarca, Roma se libertou da dominação Etrusca.

Havia outras razões, entretanto, visto que diante do permanente crescimento deste futuro império, o rei não conseguia mais desempenhar suas responsabilidades. Além disso, ao tornar-se déspota, arrancara dos patrizi o poder político.

Esta nova conjuntura alterou o equilíbrio entre as classes dos patrizi e plebeus, porque, mesmo se o poder do legislativo, executivo, judiciário e militar era exercido por magistraturas diferentes, permanecia de contínuo nas mãos de cidadãos da classe dos patrizi. Este fato acabou gerando uma revolta que desencadeou lutas fratricidas que se prolongaram por anos até que os plebeus obtiveram acesso ao cargo de cônsul, tribuno e entre os que geravam as leis escritas. Um triunfo que incluiu a extinção da lei que proibia o casamento entre pessoas das duas classes.

Em Roma, então, nasceu a Republica Consular, isto é, dois Cônsules - os primeiros dois foram Lucio Giunio Bruto e Lucio Collatino - que de trinta em trinta dias se sucediam no comando, mantendo, entretanto, o recíproco poder de veto as decisões do outro. Todavia, a solução dos problemas de maior gravidade era de pertinência do Senado. Estes, ao termino de seu mandato, eram confirmados por mais um período ou substituídos.

Foi uma mudança radical porque o poder passou ás mãos de duas pessoas, e não de uma como havia sido durante a monarquia. Havia discordância, entretanto, porque Tarquínio o Soberbo, do exílio, empregava sua riqueza para corromper senadores e pessoas influentes para que lhes preparassem o retorno. Inesperadamente, devido à delação de um servo chamado Vindicio, um documento contendo o nome dos lideres do movimento que desejava restabelecer a monarquia foi entregue ao cônsul Lucio Giunio Bruto. Qual sua surpresa ao constatar que entre os conspiradores havia seus filhos Tibério e Tito.

Foi assim que diante da decisão do Senado, de que para preservar a Republica, e Roma, os insurrectos deviam ser executados, coube ao Cônsul Lucio Giunio Bruto ordenar a execução de seus próprios filhos.
O consulado de Lucio Giunio Bruto terminou em 509 a.C. no decorrer de uma batalha com os Etruscos, aliados dos Tarquinios para restaurar o poder em Roma, quando, enfrentando Arruante Tarquínio - o filho de Tarquínio o Soberbo, os dois, estimulando o galope de seus cavalos, se mataram mutuamente com suas lanças.